Quando estava no oitavo ano do ensino fundamental, havia ausência de gentileza na sala de aula e foi lá que encontrei a pessoa mais grosseira que já tinha passado pela minha vida. Era um menino que não dava a mínima para ninguém e acho que nem pra ele mesmo e quando não tinha uma resposta pesada pra dar a quem lhe dirigiu a palavra ficava quieto e continuava o que estava fazendo, como um louco que não entende o que estamos dizendo.
Um dos momentos que ainda me vem à mente é quando uma caneta estourou em sala de aula. Nesse dia, estávamos copiando lição e havia pouca conversa então a menina do fundão falou para suas colegas que a caneta havia estourado e se algumas delas tinha outra para emprestar. Esse menino, para o nosso espanto falou que levaria a caneta até o lixo, mas enquanto estava em pé e a professora substituta escrevia na lousa, ele abriu a caneta, pegou a carga com tinta e começou a jogar sobre alguns alunos em sala de aula. Em silêncio ele fazia isso com uma naturalidade digna de um retardado, então a gentileza que ele havia feito à menina acabou por água abaixo e algumas horas conversando com a diretora. Nenhum aluno que ficou com o uniforme escolar colorido levantou para falar mal ou bater nele, apenas o representante da sala chamou a direção. No final, desejei que nunca mais iria frequentar a mesma sala de aula daquele menino e consegui. Eu cheguei a vê-lo no ano seguinte na escola mas creio que ele mudou de escola tempos depois e nunca mais o vi na cidade. Alguém me fez uma grande gentileza.
Depois deste episódio na minha vida (que foi relativamente brando em relação aos anos posteriores) resolvi que faria sempre que possível o maior número de gentileza possível a quem estivesse ao meu alcance. Agora no Ensino Médio, segundo colegial, ainda não tinha encontrado a tal oportunidade para realmente ajudar alguém. Não tardou muito e ainda quando estudava a tarde, ao ir para a escola um senhor levava suas compras para a casa a pé, foi então que me enchi de coragem e retirei aquele pensamento de que esse senhor me acharia um assaltante e perguntei a ele se podia ajudar a levar as pesadas sacolas até o destino. Ganhei uma boa conversa até o destino final e um grande agradecimento. Senti que era verdadeiro o agradecimento pela expressão facial.
A partir daí sempre que possível faço algo para ajudar uma ou várias pessoas. O mais recente fato, ainda em 2013 foi quando eu estava voltando da Igreja no domingo. Uma pessoa que mora na quadra ao lado de casa estava ‘segurando a parede’ de uma padaria e como não era a primeira vez que o via assim, resolvi passar sem dar muita atenção pois sabia que ele me pediria algumas moedas para comprar mais álcool. Seus olhos ainda piscavam inúmeras vezes pra adivinhar quem passava em sua frente, mas ele conseguiu me chamar de ‘alemãozinho’ (apelido rápido pela cor da minha pele). Me chamou duas vezes antes que eu pudesse ‘não notá-lo‘ então me enchi de coragem pra conversar com um bêbado (conversar com bêbados costumam demorar muito, e eu não tinha esse muito tempo para conversar) e quando cheguei perto, ele me disse ‘chegue mais’. Em baixo tom, ele me pediu ajuda para leva-lo até em casa e só pelo fato dele assumir que não estava bem e que necessitava de ajuda, já ganhou um ponto comigo. Senti felicidade pela confiança que ele depositou em mim e com passos tortos caminhamos um quilometro e meio aproximadamente até a casa dele. Toda aquela necessidade de não demorar foi suprida pela força de vontade que ele tinha em sair daquela 'parede'.
Parece que basta praticarmos algo verdadeiramente bom para que o universo conspire a favor. Em muitas partes é possível sentir ou ver o universo retribuindo essas ações e isso só comprova a teoria do profeta gentileza. Talvez por este motivo há tantas campanhas, tantos apelos para que mais coisas boas sejam feitas ao redor do mundo e onde elas são postadas? Em sites e blogs, então porque não cativar boas ações também em seus blogs?. Aqui no Brasil eu destaco a ação ‘Corrente da felicidade’ que já foi feita de forma parecida em outros países por outras agências:
Em termos mais genéricos temos o ‘Um dia’ e ‘Dê o exemplo’
Não sou perfeito e também cometo erros, mas quando foi a ultima vez que você fez uma boa ação? Aproveite e registre em seu blog o momento (Se já o fez, linke-o aqui, ficarei feliz em saber)
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